Estudo da FGV e Insper aponta que
índice da Paraíba é o 4º pior do nordeste.
Tribunal afirma que está realizando ações para agilizar processos.
Um
estudo publicado por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) e Instituto
de Ensino e Pesquisa (Insper) aponta que o Tribunal de Justiça da Paraíba
(TJ-PB) é o quarto tribunal mais ineficiente do Nordeste. A pesquisa relaciona
todos os entes das justiças estaduais do país com base em dados do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e, numa escala de 0 a 1, deu nota 0,611 ao TJ-PB.
Segundo a gerência de comunicação do órgão, ações como o
'Esforço Concentrado' e 'Mutirão do Júri' estão agilizando processos na Grande João Pessoa (comarcas de Cabedelo e Bayeux), Campina
Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras.
Os trabalhos contam ainda com o apoio e reforço de ações online. O Mutirão é
resultado de Termo de Cooperação firmado entre TJ-PB, CNJ, Ministério Público
Estadual, Defensoria Pública e Governo do Estado, através da Secretaria de
Segurança Pública.
O TJ mais eficiente para os pesquisadores seria o do Sergipe,
único do Nordeste a conquistar a nota máxima 1, seguido de Bahia (0,981), Rio
Grande do Norte (0,838), Pernambuco (0,647), Paraíba (0,611), Alagoas (0,504),
Maranhão (0,433), Piauí (0,191). Apenas Bahia e Rio Grande do Norte estão acima
da média nacional dos tribunais, cujo índice é de 0,715.
O relatório apresenta dados consolidados do CNJ de 2005 a
2010, sobre os tópicos de Insumos, dotações e graus de utilização,
Litigiosidade, Acesso à Justiça e Perfil das demandas. No total, são 49
conjuntos de dados que incluem desde despesas totais e com pessoal,
informatização, número de casos novos, pendentes e julgados e participação
governamental na demanda judicial.
Com grande variação na margem de pontuação no decorrer dos
anos pesquisados, o Tribunal de Justiça da Paraíba obteve na última escala
contabilizada um índice inferior ao registrado no primeiro levantamento do CNJ,
em 2006, quando alcançou nota 0,618.
Conforme assinalam os pesquisadores Luciana Luk-Tai Yeung e
Paulo Furquim de Azevedo, apenas o desempenho do TJ do Rio Grande do Sul é
considerado exemplar, com índice 1 em todos os períodos avaliados. Segundo o
estudo, o problema não está na carência de recursos do judiciário e sim na má
aplicação da verba. “Para todos esses casos, mesmo aqueles com desempenho
consistentemente baixo, as estimações sugerem que o problema do judiciário não
é carência de recursos, mas a má utilização dos recursos existentes. Há ainda
muitas oportunidades para melhora e eles podem alcançar isso mirando-se nas
unidades eficientes”, afirmam.
Os estudiosos apontam como problema também o fato de que a
Justiça Estadual tem um peso maior no movimento processual, representando mais
de 70% de todo o movimento da Justiça brasileira, segundo pesquisa do
Ministério da Justiça.
Ranking do Nordeste
Sergipe 1
Bahia 0,981
Rio Grande do Norte 0,838
Ceará 0,656
Pernambuco 0,647
Paraíba 0,611
Alagoas 0,504
Maranhão 0,433
Piauí 0,191
Sergipe 1
Bahia 0,981
Rio Grande do Norte 0,838
Ceará 0,656
Pernambuco 0,647
Paraíba 0,611
Alagoas 0,504
Maranhão 0,433
Piauí 0,191
Nosso Comentário
Não é só o aparelhamento do
Judiciário ou a melhoria de salario dos servidores que podem fazer com que esse
poder estatal melhore seus serviços, o que realmente falta é um choque de
gestão, que impulsione todos aqueles que servem a população no judiciário a
sentirem-se realmente servidores.
Não são poucos os cartórios paraibanos
em que Advogados e jurisdicionados quaram nos balcões a espera de atendimento,
a má vontade e lentidão imperam em alguns cartórios de varas paraibanas, processos
se arrastam em prazos sem fim nas mesas dos juízes quando em estado de “concluso”
que em muitos casos é um verdadeiro estado de letargia.
O que esta pesquisa, agora de
cunho cientifico e acadêmico, demonstrou é o que todos os operadores do
Direito, sobre tudo os Advogados, e jurisdicionados já sabiam, a Justiça
paraibana anda na contramão da historia, fazendo com que nossos processos sejam
cada vez mais lentos e caros.
Perde a justiça, perde o povo e
perde a democracia.